sábado, 15 de junho de 2013

Billboard: Miley 2.0 Entrevista


Miley Cyrus estampa na capa da revista Billboard, com o nome Miley 2.0, confira a entrevista que eu traduzi abaixo:

No controle de seu som e imagem, Miley está misturando hip-hop com seu sotaque country e atacando o Billboard Hot 100 com “We Can’t Stop”.

“Este é o pior lugar para ficar.”

No meio de um estúdio fotográfico em Hollywood, Miley Cyrus encara uma equipe de vídeo que está lá para capturar o ícone pop gravando comerciais para suas próximas aparições na TV nos ​​programas “Good Morning America” e “Jimmy Kimmel Live!“. Há um diretor lá, mas logo fica claro quem está comandando o show.

“Olha, eu não sou gorda ou anoréxica. Eu só conheço meus ângulos,” Cyrus instrui o cameraman. Ela, então, passa por cima do script, que é fofo demais para seu gosto – imita a progressão de acordes de seu single, “We Can’t Stop“, lançado um dia antes. “Eu odeio quando as pessoas fazem trocadilhos dos meus títulos das músicas“, diz ela, antes de acrescentar com um leve sorriso: “Devo fazer como Christian Bale e começar a pirar?”

Ela está brincando, é claro. Apesar de suas opiniões fortes, Cyrus prova que é, nada menos que, uma diva em pessoa. Ela é totalmente profissional, atinge suas marcas (nunca há uma necessidade de mais de duas tomadas de filmagens) e encanta sua equipe mostrando bom-humor e ousadia.

Mas também é claro que ninguém sabe melhor como apresentar Miley Cyrus que a própria Miley Cyrus: Não existem muitos jovens de 20 anos de idade que são tão veteranos no showbiz quando ela. Assim que saiu da escola secundária, a a filha de 12 anos de Billy Ray Cyrus rapidamente foi catapultada à fama como a estrela da franquia “Hannah Montana” da Disney, interpretando uma garota normal, com uma vida dupla como um fenômeno pop adolescente. Logo, a vida imitou a arte: Cyrus rapidamente tinha evoluído para uma marca global, com filmes de sucesso e vendas demais quando Hannah Montana 2/ Meet Miley Cyrus estreou no topo da Billboard 200 em 2007.  Uma Miley Cyrus de 14 anos se tornou a mais jovem garota a ter um álbum em #1. Os álbuns de Hannah Montana já venderam um total de 7,1 milhões de cópias, segundo a Nielsen SoundScan, enquanto os lançamentos que tiveram o nome de Miley Cyrus venderam 7,2 milhões. Em 2009, o single produzido por Dr. Luke,  “Party in the USA” chegou ao número #2 na Billboard Hot 100, vendendo 5,2 milhões de cópias.

“Agora, quando as pessoas vão para o iTunes e ouvem as minhas músicas antigas é tão irritante para mim, porque eu não posso simplesmente apagar essas coisas e começar de novo“, diz ela. “No meu último CD [Can't Be Tamed] eu me sinto tão desconectada de quem eu sou atualmente. Eu tinha 16 ou 17 anos quando eu fiz ele. Quando você está em seus 20 anos, você simplesmente não sabe realmente quem era aquela pessoa.”

Estrelas adolescentes que experimentam dores de crescimento pessoais e com sua música na hora de fazer a transição para a vida adulta não são novidade. No entanto, há algo diferente sobre a próxima fase de Miley Cyrus. Não é uma transição e sim um renascimento, se você preferir. Peter Edge da RCA Records – a gravadora que assinou com Cyrus após romper o contrato com a filiada da Disney, Hollywood Records -refere-se a ela como “Miley 2.0“. A própria Cyrus diz: “Eu quero começar como uma nova artista. Considero meu próximo álbum o meu primeiro, na verdade.”

“O que ela está fazendo agora não é o que as pessoas esperam dela“, diz Edge. De fato, “We Can’t Stop“, o primeiro single de seu álbum, ainda sem título, não é uma canção pop brilhante e saltitante. Se a faixa – que debutou esta semana em #11 no Hot 100 e ficou em #3 na parada Hot Digital Songs, com 214.000 cópias vendidas, de acordo com a Nielsen SoundScan – soa mais como uma música de Rihanna, isso é porque ela foi originalmente destinada para ela. “É como uma versão madura de Party in the USA“, o produtor de Atlanta, Mike WiLL diz. “Foi assim que eu descrevi a canção quando eu apresentei ela à Rihanna, antes de eu sequer conhecesse a Miley.”

“We Can’t Stop” definitivamente traça a linha entre a Miley Cyrus adulta e da pessoa que ela era antes. Até as suas letras dançantes que fazem referência ao twerk (“To my homegirls here with the big butts / Shaking it like we’re at a strip club” ) e referências à drogas (“Everyone in line in the bathroom/Trying to get a line in the bathroom/We all so turned up here”). Cyrus chegou a maior idade com a mídia social podendo argumentar seu fluxo constante de vídeos do YouTube influenciado por como seu público utiliza esse meio para documentar suas próprias vidas. (E ela experimentou as armadilhas disso quando as imagens de seu fumo da erva alucinógena, sálvia, caiu na rede em 2010.) Ela vê a letra de “We Can’t Stop“, como um outro tipo de reportagem a de seu mundo.

“Eu não fiz esta canção para os críticos, mas para as pessoas que vivem isso“, diz ela, fumando um cigarro entre as pausas do ensaio fotográfico em cima do telhado do estúdio de fotografia, onde ela ficou só com um bustiê de couro para absorver os raios solares. “Eu tenho 20 anos e eu quero falar com as pessoas que ficam acordados a noite toda com seus amigos. A música é baseada em uma história verídica de uma noite louca que eu tive:  Quando ouvi ela pela primeira vez, ela capturou exatamente o que eu estava vivendo.”

Cyrus é rápida em apontar que, tendo deixado uma onda, ela não está prestes a saltar sobre outra. “Eu sempre quis cantar as minhas influências country-rock, mas agora eu estou movendo-me para um lado mais urbano“, diz ela. “Não é um álbum de hip-hop, no entanto, é um álbum pop. Eu não vou tentar fazer rap. É mais tipo: ‘Eu não vejo nenhuma menina lá fora fazendo o que Miguel e Frank Ocean estão fazendo’.” Cyrus faz uma pausa, rindo. “Estamos chamando o CD de “count-step” porque tem country, dubstep e outras coisas“, diz ela. “Eu amo The Lumineers, mas eu também adoro French Montana, Juicy J, Wiz Khalifa e Dolly Parton. Se você pudesse colocar Dolly, Adele e Juicy J juntos, você teria esse equilíbrio estranho.”

Esse equilíbrio estranho vem através da escolha dos produtores que estão trabalhando no álbum. Confiáveis hitmakers como will.i.am e Dr. Luke fazem aparições, assim como os recém-chegados, como Oren Yoel. Mas antes que Cyrus tenha sequer se aproximado da RCA, ela começou a traçar uma nova visão sonora com Pharrell em Miami. “Nós queríamos fazer algo realmente diferente“, diz ela. “Ele veio à minha casa e eu estava sem sapatos. Eu não faço nada pra me mostrar para ninguém. Ele disse: ‘É por isso que eu te amo: Você é simplesmente selvagem e livre, e eu quero capturar isso’.”

A dupla escreveu uma canção chamada “Rubber Band” no primeiro dia, e rapidamente teve uma outra, “4×4“, que Pharrell descreve como uma união de “elementos estranhos”. Cyrus sabia que eles estavam no caminho certo. Outros foram menos certos. “As pessoas não estavam recebendo isso“, diz Cyrus com um gemido. “Eles ficaram tipo: ‘Ele não tem nada agora’. E eu respondia: ‘Quem se importa? Ele é o Pharrell.’ Ele me mostrou um monte de coisas que ele estava trabalhando no CD novo de Robin Thicke e no de Daft Punk. Eu percebi que sua vida estava prestes a mudar a forma como a minha vida era. Agora veja: Pharrel está arrasando e iniciando seu império mais uma vez. E uma vez que ele me deixou livre no meu caminho, eu me encontrei com Mike WiLL.”

Além de “We Can’t Stop“, as faixas do álbum feitas por Mike WiLL incluem “Stand by Me“, com a participação do rapper Future, que Mike WiLL descreve como “uma das melhores músicas da história, um grande bem-estar. Música que agitaria um estádio no Super Bowl.”

E “Drive“, que apresenta dubstep e bateria, que vai ser a melhor música para se ouvir no clube de sistemas. O apaixonado, e desesperado, produtor, no entanto. orgulhosamente revela as raízes de Cyrus. “Eu disse a ela: Mantenha o seu sotaque country“, diz WiLL. “Isso é o que está melhorando ela.”

“Um monte de gente queria tentar me fazer uma Nicki Minaj branca“, diz Cyrus. “Isso não é o que estou tentando fazer. Adoro música nesse estilo, mas o meu talento é como cantora.” Para todos os efeitos, Peter Edge está particularmente empolgado com “Wrecking Ball“, uma balada desafiadora produzida por Dr. Luke com uma performance vocal emocionante. “Nós fomos inspirados por OneRepublic, e a maneira como Timbaland costumava fazer aquelas grandes baladas“, diz Cyrus. Peter acrescenta: “Quando Miley veio até nós, ela tinha realmente boas canções já, inclusive ‘Wrecking Ball’, o que nos surpreendeu. Poderia ser uma música que faria a carreira dela.”

Ela faz uma pausa mais incaracterística, arrastando seu cigarro enquanto ela contempla a paisagem de Los Angeles. “Eu nunca paro de trabalhar. Coloquei a minha lista de músicas juntas esta manhã“, disse Cyrus. “Eu quero que o meu CD seja o maior do mundo e eu dei tudo para chegar até aqui, até mesmo abrir mão de amigos, familiares e relacionamentos. Só o fato de eu ter lançado esta música pela primeira vez tem sido uma espécie de viagem: Não é como se eu estivesse perdendo quem eu sou, eu realmente descobri mais sobre quem eu sou, fazendo estas músicas. Estou indo em uma viagem, e isso é mais do que um monte de jovens de 20 anos de idade pode contar. Eu ainda vou mudar muito. Porque eu não sou a mesma pessoa que era há seis meses e eu não sou a mesma pessoa que era há duas semanas.“

Os textos em aspas são o que a Miley disse.
Confira a capa da revista:
BLI_06222013

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